quinta-feira, 3 de março de 2011

Dor

Quem disse que amar e não ser correspondido é o pior sofrimento que se pode ter, garanto que esse alguém levou uma vida monótona e entediante, sendo seu único climax um amor platônico, que seria ele a unica causa angustiante que trazia sua razão de viver. Deste modo, quem quer que passe por fato semelhante, toma para si o tal pensamento, fazendo suas lágrimas compulsivas comprovarem plena mente a certa idéia.
Mas a dor, ao contrario do que se possa parecer, é muito mais complexa e tem infinitas controversas. Para uma mãe, não existe dor maior do que perder um filho, para uma criança não existe dor maior do que cair da bicicleta, para um adolescente não existe dor maior do que a exclusão, do que não ser aceito, não ser ouvido, entendido e amado, por quem, quando e onde se deseja. Na verdade, os adolescentes são os verdadeiros "donos" das dores, dores de frustrações, uma vez que começam a conhecer o mundo como ele realmente é e não como gostariam que ele fosse. 
A grande verdade, é que dor ou não, todos nós muitas vezes tentamos "engrandecer" a nossa, como se fosse útil ou de algo valesse "provar" que o que sentimos é o pior que alguém pode sentir, o máximo que se pode suportar e o pior destino que se deva aprender a conviver, e assim muitas vezes esquecemos de olhar para frente e principalmente para trás, nos tornando cegos focando apenas nós mesmos, sem conseguir enxergar a nossa volta pessoas que vivem com uma dor, não maior, mas de conseqüências maiores do que a nossa. Mas ainda assim insistimos em tentar fazer o mundo acreditar e entender a nossa dor, algo que se torna totalmente inútil, uma vez que não importa quantas lágrimas escorram, quanto sangue for derramado, todo mundo sempre ira achar a sua dor a pior de todas. Pelo simples fato de que somente nós a sentimos e os outros não. O fato é que, em um convívio social, não se consegue compartilhar nossas dores e muito menos nossos problemas, portanto falta-se bom senso em exigir de alguém a compreensão da nossa situação. 
O que realmente se deve fazer com a dor, é tentar "diminui-la" e não "aumenta-la", pois garanto que se hoje você chora por estar acima do peso, pais choram por não ter o que dar de comer aos filhos. Deste modo, o certo acima de tudo e sem considerar situações, é respeitar a dor, seja ela de quem for e o motivo que for. 
Pois uma coisa lhe dou certeza, não existe dor maior nem menor, nenhuma dor é fugaz, nenhuma dor é medíocre, nenhuma dor é insensata, nenhuma dor é incoerente. Apenas o que se pode dizer sobre a dor é que ela doi, e doi fundo, acima de tudo, para quem a sente. 
Alessandra Froes 

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